Autor: Robson T. Fernandes
Jesus Cristo nos chamou à liberdade (Gl 5:1), porém, por diversas razões podemos chegar em um determinado ponto em que voltamos a nos tornar escravos (Gl 2:4).
Qualquer atitude que nos tire a liberdade irá, logicamente, nos conduzir à escravidão. A escravidão irá tirar o nosso prazer de servir a Deus (Gl 5:13), irá acabar com nossa comunhão entre irmãos e entre nós e Deus (2 Co 6:14), e irá minar nosso ministério de forma tal que ele não existirá mais.
Deus estabeleceu limites para Adão e Eva, porém não impôs com rigidez, não obrigou, não exigiu que eles Lhes obedecessem, todavia lhes avisou sobre as conseqüências que viriam com a desobediência (Gn 2:17).
Deus não deseja que O sirvamos por medo, receio, interesse ou por obrigação, antes, Ele deseja que O sirvamos por amor, por reconhecer que Ele deu o Seu melhor para nós (Jesus) e por isso nós devemos dar o nosso melhor para Ele. Entretanto, Ele não impõe que seja assim, Ele apenas deseja. Se Deus age dessa forma, porque nós achamos que podemos impor algo às pessoas? Por que pensamos que podemos obrigar os outros a servirem a Deus do nosso jeito?
Lembro-me, na história da humanidade, de algumas pessoas que obrigaram outras a tomarem certas atitudes que elas julgavam ser as corretas, entre elas encontramos Adolf Hitler e Mussolini.
Sempre que o mundo enfrentou momentos de crise, ocorreram mudanças. Devemos aprender com o erro dos outros para que soframos menos e façamos os outros sofrer menos. Em muitos casos a falta de equilíbrio levou líderes a criarem ‘novos sistemas’ que aparentemente tinham um razão lógica., um bom motivo, mas que levaram o povo a uma disposição mental reprovável e a atitudes inconseqüentes e desastrosas. Esses líderes sucumbiram e levaram muitos ao seu redor juntos.
Não podemos deixar que o nosso momento de crise cause um desequilíbrio emocional, espiritual ou ministerial. Se isso acontecer iremos agir igual a esses líderes, citados anteriormente, e teremos o mesmo final que eles.
As crises que enfrentamos podem ser as mais variadas: crise financeira, desigualdade social, pressões daqueles que estão próximos, desemprego, saúde, segurança, relacionamentos pessoais, dúvidas ministeriais... O fato é que as nossa crises precisam ser bem administradas, porque se não forem irão trazer prejuízos desastrosos para nossas vidas.
Gostaria de chamar a sua atenção para que juntos venhamos a estudar um pouquinho do período histórico localizado entre a 1ª Guerra Mundial e a 2ª Guerra Mundial, conhecido como período entre-guerras (1919 à 1939).
O mundo, nesse período, enfrentava grandes crises, e essas crises diziam respeito a existência individual e coletiva. Vejamos:
* Grande desequilíbrio social;
* Desemprego;
* Miséria;
* Inflação
O fato é que essas crises deram origem aos piores movimentos políticos que já surgiram na história da humanidade, como Fascismo (Itália) e Nazismo (Alemanha).
O Fascismo caracterizava-se assim:
AUTORITARISMO: o Estado tem poderes absolutos; TOTALITARISMO: Nada deve haver acima do Estado; NACIONALISMO: todo o interesse e ação devem ser voltados para o Estado; MILITARISMO: a ordem deve ser mantida pelo uso da força.
O Nazismo caracterizava-se assim:
AUTORITARISMO: o Estado tem poderes absolutos; TOTALITARISMO: Nada deve haver acima do Estado; NACIONALISMO: todo o interesse e ação devem ser voltados para o Estado; MILITARISMO: a ordem deve ser mantida pelo uso da força; RACISMO: existe uma raça pura, por isso as demais devem ser excluídas.
Devemos lembrar que s fins não justificam os meios. Muitos podem afirmar que Hitler reduziu o analfabetismo na Alemanha e a reindustrializou, tornando-a uma grande potência mundial, porém, esse suposto resultado jamais justificaria os maiôs ou métodos que ele utilizou para alcançar esse objetivo.
As pressões existentes levaram ao surgimento do fascismo e do nazismo. Assim sendo, as nossas pressões pessoais podem levar, também, ao surgimento do ‘nosso fascismo’ e do ‘nosso nazismo’.
Nós nos vemos pressionados pelas cobranças de pessoas próximas, pessoas distantes, pelos olhares, pelos comentários, pelos costumes próprios – a maneira como fomos educados, pelos crentes espirituais e pelos crentes carnais. Enfim, de uma ou de outra maneira sempre somos cobrados, sempre somos pressionados de alguma forma. Se não tivermos equilíbrio e convicção nos tornaremos como um isopor na água, sempre boiando, ou como piolhos, sempre levados pela cabeça dos outros.
Muitas vezes partimos para o:
AUTORITARISMO: “nada deve ir de encontro aos meus interesses, ou contra a minha vontade, pois eu estou nessa posição, nesse cargo, e DEVO ser respeitado”. Esses se esquecem que o respeito verdadeiro não se impõe, se conquista (1 Sm 2:9).
TOTALITARISMO: “Não existe nada acima do MEU ministério”. Esses se esquecem que os ministérios são formados por pessoas. A Bíblia nos adverte que para andarmos de forma correta na igreja é preciso que , primeiro, andemos de forma correta em nossas casas, com nossas famílias (1 Tm 3). Se eu sou um ‘desmantelado’ em casa, como cobrarei organização na igreja? Se eu não dou prioridade para momentos importantes com minha família, tempo para a esposa, para os filhos, momentos de comunhão no meu lar, momentos de ‘ajustes’ domésticos eu terei, então, sérios problemas, e eles com a mais absoluta certeza irão abalar meu ministério. O meu ministério se tornará estéril. Minha vida espiritual estará seriamente comprometida. Não adianta querer começar pela igreja, tem que se começar pelo lar. Não adianta cobrar e querer forçar os outros, devemos cobrar de nós mesmos, e forçar a nós mesmos. Não fique por ai dizendo: “eu sou assim”, “eu faço”, “eu dou o exemplo”, “sejam como eu”, “façam o que eu faço”. Não faça isso. Não diga isso. Apenas faça e deixe que os outros vejam o seu exemplo, o seu testemunho. Não precisa ficar tocando trombeta em torno de si mesmo (Pv 27:2; Lc 18:10-14).
NACIONALISMO: “Tudo o que eu faço é voltado para o meu ministério”. Se algum dia você ouvir alguém dizer isso, fique atento! Essa pessoa provavelmente não terá nenhuma afeição natural por parentes ou amigos. Ele provavelmente é capaz de qualquer coisa para promover o seu precioso ministério. Devemos nos lembrar que o nosso ministério, seja ele qual for, não é nada se não houver pessoas. As pessoas são a razão pela qual Jesus morreu. As pessoas são a razão pela qual o Espírito Santo está aqui. As pessoas são a razão pela qual Deus está fazendo uma Jerusalém Celestial. As pessoas são a razão pela qual Deus nos deu ministérios. E, as pessoas existem por uma única razão: para louvar e glorificar o soberano nome do SENHOR. Temos a tendência de cair no esgotamento físico e mental por causa do trabalho ininterrupto. O erro de não tirar tempo para descansar e repor as energias irá custar um alto preço mais adiante. O preço de sua família, sua vida e seu ministério.
MILITARISMO: “Aqui as coisas são assim. E quem não estiver satisfeito pode ir embora”. Essa é uma típica atitude militar. Impor, obrigar, exibir força.devemos entender que a Bíblia nos ensina que Deus é um Deus de amor, apesar de ser justo. Mas, já vimos que Deus não impõe sua vontade de goela abaixo em nós. Por que nós faríamos isso com os outros? Não precisamos medir força com ninguém, porque não precisamos nem devemos brigar. Não estamos disputando uma posição na igreja, porque não existem posições, mas sim ministérios. Não precisamos mostrar que temos autoridade, pois ela não é mostrada por nós, mas confirmada pela ação do Espírito Santo. Não precisamos nos sentir ameaçados, pois a vontade de Deus sempre ocorre e nenhum de Seus planos podem ser frustrados. O que precisamos é acabar com os sentimentos pequenos, que são inúteis e feios. O sentimento de inferioridade, que nos joga para baixo, e o sentimento de superioridade, que nos lança para cima. Tenhamos, antes, o sentimento de servidão, pois foi isso que nos ensinou o nosso Mestre (Mt 20:28; Mc 10:45; Gl 5:13).
RACISMO: “Eu sou melhor, e tal pessoa não possui as qualificações que eu quero, por isso ela é dispensável”. Hitler pensou assim, mas ele se foi e os judeus continuam. O Faraó pensou assim, mas ele se foi e Israel continua. Hamã pensou assim, mas ele se foi e Judá continua. A Babilônia pensou assim, mas não existe mais. A Assíria pensou assim, mas não existe mais. Os filisteus pensaram assim, mas não existem mais. Iasser Arafat pensou assim, mas não existe mais. Antes de continuar, gostaria que você lesse agora o texto de Atos dos Apóstolos capítulo 10. Você verá nesse texto que Deus afirma três vezes a mesma coisa: “Não faças tu comum ao que Deus purificou” ... “Deus mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou imundo” ... “Deus não faz acepção de pessoas”.
Somos pressionados dia após dia, mas precisamos ser fortes e ter equilíbrio. Não podemos ceder as tentações. Não podemos confundir a vida que Deus nos deu com as normas e costumes que o mundo estabelece. Não estamos aqui para mostrar serviço a subir de “cargo”. Não estamos aqui para mostrarmos que somos bons e “VALIO$O$”. estamos aqui para servir. Para servir com amor, nos padrões bíblicos, na vontade de Deus. Sem interesse, sem demonstrações, sem estrelismos.
Se eu, você ou qualquer um se comporta diferente disso, estará sendo autoritário, totalitário, nacionalista, militarista e racista. Isto é, em nada estará sendo diferente de Hitler ou Mussolini. Apenas os objetivos mudaram, mas não o comportamento.
Devemos saber que Jesus Cristo não agradou a todos, por isso nós também não iremos agradar, e para isso precisamos ser fortes e não deixar que pessoas ou situações nos moldem para o mal.
Vejamos alguns dilemas que podemos enfrentar, e que podem nos amoldar, se não tivermos equilíbrio:
OS DILEMAS DE UM CRENTE
Se é atencioso, é amostrado.
Se não é atencioso, é arrogante.
Se chama o pastor de “você”, é folgado.
Se chama o pastor de “senhor”, é quadrado.
Se fica na igreja depois do culto, está fazendo média.
Se sai assim que acaba o culto, está fora de comunhão.
Se cumpre rigidamente as obrigações, é bitolado e não tem iniciativa.
Se questiona, mesmo para tira dúvidas, é indisciplinado.
Se elogia, é babão e puxa-saco.
Se critica, é insubmisso.
Se declara-se satisfeito com uma situação, é hipócrita.
Se declara-se insatisfeito com uma situação, é ingrato.
Se não tem ministério, é porque não procura.
Se tem muitos ministérios, é desconcentrado e não tem alvos.
Se faz cursos, é aproveitador, orgulhoso e que se destacar.
Se não faz cursos, não tem vontade de crescer.
Se procura conhecer outros ministérios, é desatencioso com o seu e traidor.
Se só entende do seu ministério, é tapado.
Se não colabora, é mundano e desinteressado.
Se colabora, é aproveitador e quer aparecer.
Irmão, antes de agir planeje. Antes de planejar, procure conselhos com pessoas íntegras. Antes de procurar conselhos, pense. Antes de começar a pensar sobre o assunto, ore e estude a Bíblia.
ANTES DE TUDO ORE. ORE COMO SE FOSSE O SEU ÚLTIMO DIA DE VIDA, COMO SE FOSSE A SUA ÚLTIMA ORAÇÃO!
“Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom”
Lc 16:13
“Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.”
Rm 12:10
Robson Tavares Fernandes é casado com Maria José Fernandes e residem na cidade de Campina Grande. É bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional). É diretor e professor do CBA (Curso Básico de Apologética), pesquisador da VINACC (Visão Nacional para a Consciência Cristã), professor do ITESMI (Instituto Teológico Superior de Missões) e palestrante.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
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Um comentário:
Excelente blog, que aborda assuntos que nos levam a uma relexão teologica.
O nazismo conduz o homem a uma repressão e retraindo sua mente.
Acesse meu blog. www.vivendoteologia.blogspot.com
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